Se eu estivesse em uma daquelas brincadeirinhas de 'se descreva em apenas uma palavra' eu não pensaria duas vezes antes de escolher a palavra inconstante. Tenho poucas certezas na vida, quase nenhuma na verdade, e essa é uma delas. Essa palavra se ajusta perfeitamente aos meus pensamentos, sentimentos e ao meu corpo. Tudo em mim é incerto, variável, versátil. Não, eu não escolhi ser assim, simplesmente nasci com alguns probleminhas nos meus neurotransmissores, que é o que costumo chamar de substâncias químicas responsáveis pela felicidade. Quando produzidas em pouca quantidade te deixam para baixo e quando produzidas em excesso te levam a euforia. Gosto de comparar minha doença às montanhas russas, que sobem, descem, fazem giros de trezentos e sessenta graus, em alta velocidade ou quase parando, tudo isso em menos de dez minutos, o transtorno bipolar é assim, te faz ficar lá em cima e de repente te leva para baixo assim, sem aviso prévio, adornando seu humor involuntariamente. É como estar no meio de muita água sem terra a vista, ao mesmo tempo que você quer se salvar quer que isso tudo acabe logo independente do que vem depois.
A explicação científica desse transtorno pode ser encontrado em milhares de páginas na internet ou em livros, o que é muito difícil de encontrar é o que se passa dentro das cabeças dos portadores. E é isso que eu tentarei fazer, descrever as sensações e emoções de uma maneira informal, mais acessível de compreensão.Sou apaixonada por músicas, livros e seriados, por isso a cada postagem indicarei um desses itens que tenha me embalado durante o dia. E para minha playlist de hoje escolho The Monster, do Eminem com participação especial de Rihanna. Por que? Dá uma olhada nesse trecho:I'm friends with the monster that's under my bed. Get along with the voices inside of my head. You're trying to save me, stop holding your breath. And you think I'm crazy, yeah, you think I'm crazy ♪Se tornar amigo de seus próprios monstros é algo que todos deviam fazer, é a velha história de 'se não pode contra eles junte-se a eles'. E nesse caso aceitar que você tem um problema que não pode resolver sozinho é o primeiro passo para um tratamento de sucesso. O segundo é procurar um profissional da psiquiatria para iniciar seu tratamento, e assim, vendo tudo com certa clareza é mais fácil lidar com as loucuras que acontecem dentro da sua cabeça. E já que o transtorno bipolar não tem cura somente estabilização, você não quer passar a vida brigando contra si mesmo não é? Foi o que eu pensei :)
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